Base do SAMU é interditada em Cataguases por problemas estruturais

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A base do SAMU de Cataguases foi interditada cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal após a identificação de diversas irregularidades estruturais. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que notificou o Conselho Municipal de Saúde sobre a situação.

De acordo com o termo de interdição, a decisão foi tomada com base na legislação sanitária estadual e normas da Anvisa. Entre os problemas constatados estão a falta de infraestrutura adequada para as equipes, falhas na higienização de materiais, instalações elétricas precárias e ausência de local apropriado para a limpeza das ambulâncias. Também foram encontrados insetos em caixas plásticas usadas na desinfecção de equipamentos.

O promotor de Justiça Rodrigo Ferreira de Barros informou que a base interditada não poderá voltar a funcionar no mesmo local. A situação preocupa ainda mais porque Cataguases deve receber uma nova Unidade de Suporte Avançado (USA), que exige condições adequadas de operação — inexistentes no espaço atual.

Segundo o MPMG, a Prefeitura de Cataguases já havia sido notificada pela Gerência Regional de Saúde nos últimos três anos sobre a necessidade de reformas, mas nenhuma solução efetiva foi apresentada. Existe um projeto aprovado para a construção de uma nova base do SAMU no antigo prédio do Prontocordis, porém não há previsão para sua conclusão.

Atualmente, o serviço funciona provisoriamente em parceria com outra estrutura no município. Caso não haja uma solução rápida, há risco de que a base seja transferida para outra cidade, o que aumentaria o tempo de resposta aos atendimentos de emergência.

A interdição ocorre em meio a outros desafios na saúde pública do município. O Hospital de Cataguases enfrenta problemas desde a intervenção municipal iniciada em abril de 2024, que já levou a ações judiciais da Defensoria Pública e do Ministério Público. O conjunto de ocorrências reforça o cenário de instabilidade e preocupação da população em relação ao acesso a serviços essenciais.

O Portal Muriaé entrou em contato com a assessoria de comunicação do SAMU, mas não teve retorno.

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